"A polipose familiar é uma perturbação hereditária em que se desenvolvem 100 ou mais pólipos adenomatosos pré-cancerosos, que revestem o intestino grosso e o recto.
Os pólipos desenvolvem-se durante a infância ou a adolescência. Em quase todas as pessoas não tratadas, desenvolve-se um cancro do intestino grosso (cancro do cólon) antes dos 40 anos. A extirpação completa do intestino grosso e do recto não elimina o risco de cancro. No entanto, se o intestino grosso for extraído e o recto for ligado ao intestino delgado, às vezes os pólipos rectais desaparecem. Por isso, muitos especialistas preferem este último procedimento. De 3 em 3 ou de 6 em 6 meses inspecciona-se mediante uma sigmoidoscopia (exame utilizando um tubo flexível de visualização) com o fim de extirpar os novos pólipos. Se estes surgirem rapidamente, deve-se extirpar o recto e o intestino delgado deve ser evacuado através duma abertura na parede do abdómen. A ligação cirúrgica que se cria entre o intestino delgado e a parede abdominal denomina-se ileostomia.
A síndroma de Gardner é um tipo de polipose hereditária em que vários tipos de tumores não cancerosos aparecem em qualquer parte do corpo e no intestino. Tal como os outros tipos de polipose familiar, envolve um alto risco de cancro do cólon.
A síndroma de Peutz-Jeghers é um problema hereditário em que muitas pequenas formações chamadas pólipos juvenis aparecem no estômago, no intestino delgado e no intestino grosso. Pode-se nascer com estes pólipos ou então eles podem desenvolver-se durante a infância. Os afectados com a síndroma têm a pele e as membranas mucosas de cor escura, sobretudo a mucosa dos lábios e das gengivas. Os pólipos não aumentam o risco de cancro no tracto gastrointestinal. No entanto, as pessoas com a síndroma de Peutz-Jeghers correm um risco acrescido de cancro do pâncreas, da mama, do pulmão, do ovário e do útero."