quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A minha vida de Ostomizado - Parte 3

Peço desculpa aos interessados neste blog pela falta de posts, mas por andar ocupado por vezes, outras por não ter vontade de escrever. Vou tentar colocar mais posts acerca da minha vida e da minha condição e tentar obter mais informações úteis acerca da ileostomia, polipose familiar e cuidados a ter para esclarecer mais duvidas e tentar ajudar mais gente que possa ter os mesmos problemas. Não se esqueçam que me podem contactar para o mail que se encontra na página para questões e duvidas, informo que terão sempre resposta.

Voltando agora ao que quero desenvolver neste post, que é a continuação da evolução do meu problema.

Após ter saído de hospital em Fevereiro, já começava a ficar equilibrado e hidratado, a ileostomia começava a ter débitos menores e quanto a urinar não estava bem, mas está minimamente regularizado, pois tudo isto é muito importante para que no caso das pessoas ostomizadas estejam equilibradas, pois em geral o que urinamos deve ser sempre superior ao que sai na ileostomia e temos de ter o cuidado de beber sempre pelo menos um litro e meio ou mais de água.Mas como estava dizendo acabei por sair do hospital e trouxe um cateter no braço, não me lembro o nome mas sei que é muito utilizado por exemplo em Espanha, para em casa continuar a efectuar soros com a ajuda dos enfermeiros dos cuidados continuados que vinham a minha casa e que deixavam o material e me ensinaram como devia manusear tudo e os cuidados a ter para poder ficar o mais independente possível apesar de ter que fazer os soros, estes normalmente eram feitos durante o período da noite em que dormia para poder levar a minha vida o mais normal possível durante o dia.  

Em Março fui novamente hospitalizado uma semana devido a ter apanhado uma infecção no cateter, pois é sempre um risco que corremos quando temos este corpo estranho ligado a nós. Estive o fim de semana a fazer antibiótico por via endovenosa e depois continuei o mesmo por via oral. A infecção desapareceu e os médicos decidiram que como a ileostomia estava mais ou menos e eu estava minimamente equilibrado que não seria preciso mais soros nem mais complementos como o potássio que era adicionado ao soro. Assim continuei sempre fazendo análises periódicas e com o conselho dos médicos em tentar levar a minha vida o mais normal possível e assim tentava ir fins de semanas alternados ter com a minha namorada (actualmente ex-namorada) ao Algarve, mas todos os fins de semana estávamos juntos pois era o difícil estarmos mais tempos juntos por causa da disponibilidade dela devido ao trabalho e à distância que só nos permitia estar junto aos fins de semanas. Ia conseguindo levar a minha vida normalmente e ganhando algum peso a pouco e pouco, mas o problema é que por muito que eu quisesse não estava totalmente bem e a qualquer altura havia sinais de uma possível recaída e eu nem ligava muito a isso, pois ouvia muitas vezes os médicos a dizer que as coisas estavam normais. 

Nesta ultima operação acho que fiquei um pouco mais desapoiado pelos médicos, pois os que tinham tratado de mim na primeira vez já tinham saído do hospital. Mas seguia a minha vida, a minha recuperação, ia estando com alguns amigos, fazendo caminhadas, tendo os cuidados necessários e passando bons momentos com a namorada sempre que estava com ela e que ia partilhando algumas das suas preocupações comigo pois o que queria era a minha mais rápida recuperação e tinha sempre cuidados e dava-me conselhos para beber alguma água, para comer, para irmos caminhar um pouco. Em casa as preocupações normalmente eram outras tinham mais preocupações em saber quais os meus débitos e pouco ou nunca perguntaram o que eu sentia.